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Yakushima: A Floresta Japonesa com Cedros Milenares Tombada pela UNESCO

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Visando a preservação e proteção de bens culturais e naturais, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) realiza um trabalho de identificação de lugares, saberes e costumes que desempenham papel de grande importância para a sociedade e sua História. Adotada a partir de 1972, a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural é um marco regulatório internacional para a definição do conceito de patrimônio e estímulo para sua preservação.

Uma lista contendo os patrimônios mundiais, sejam eles tangíveis ou imateriais, é atualizada anualmente por um comitê organizador com representantes de diversas nações. Esse grupo analisa novas manifestações e localidades elegíveis e também investiga aquelas cujo gerenciamento não está sendo adequado. Atualmente, a listagem reúne mais de mil heranças mundiais da humanidade.

Hoje, o Japão possui 23 localidades e aspectos de sua cultura reconhecidos e sob leis de proteção em escala global, sendo 4 deles bens naturais. Inscrita como patrimônio natural em 1993, a floresta de Yakushima localiza-se na ilha com o mesmo nome, situada no extremo sul do Japão, a 60 km de Kyushu, na ponta inferior do arquipélago. Considerado único, o ecossistema de Yakushima possui mais de 1900 espécies e subespécies em sua flora, 16 espécies de mamíferos e 150 de pássaros. Mais importante, a rica biodiversidade inclui uma paisagem marcada pelo cedro japonês (Cryptomeria japonica), com árvores que chegam a ter mais de mil anos, conhecidas como yakusugi, os cedros ancestrais.

Cerca de 75% da área da pequena ilha é montanhosa, demonstrando a variedade de microclimas da região, que variam de subtropical a subártico. Essa variação permitiu o surgimento de tantas vidas distintas, tornando a floresta Yakushima em uma área valiosa de preservação biológica e essencial para o desenvolvimento de estudos científicos. Esforços para a conservação da região se dão desde 1968, quando foi descoberta a árvore Jomon Sugi, que acredita-se ter cerca de 7.000 anos.

A paisagem fascinante e misteriosa foi usada como inspiração para o diretor de arte Kazuo Oga, que visitou a ilha enquanto criava a animação Princesa Mononoke, do Studio Ghibli. A atividade turística é permitida na ilha, mas controlada para garantir a preservação do local.

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